O Teatro de Grupo constitui uma categoria de organização e produção teatral em que um núcleo de artistas movidos por um mesmo objetivo e ideal realiza um trabalho em continuidade e, estendendo sua atuação a outras áreas, principalmente no que diz respeito à própria concepção do projeto estético e ideológico, o grupo acaba por criar uma linguagem que o identifica. A formação de companhias é quase tão antiga quanto o próprio teatro e surge com a profissionalização como necessidade de sobrevivência.
O que chamamos de "teatro de grupo" não é, no entanto, a mera organização coletiva. Os grupos passam a usar este conceito para marcar sua posição de divergência em relação ao teatro empresarial, em que o ator não está engajado no projeto e a equipe se desfaz logo que a temporada termina, forma de produção cada vez mais presente no mercado teatral após o início dos anos 1970. Em lugar do salário pago pela empresa, o grupo remunera seus integrantes por meio de um sistema de cooperativa, o que faz dos aristas os donos do empreendimento.
É em meados da década de 1970 que os grupos surgem e proliferam, muitos se utilizando da criação coletiva como técnica de construção do espetáculo. No Rio de Janeiro, destacam-se Asdrúbal Trouxe o Trombone, A Comunidade, Grupo Pão e Circo, Grupo Dia-a-Dia, e, em São Paulo, Pessoal do Victor, Teatro do Ornitorrinco, Macunaíma, Mambembe, Pod Minoga, entre outros. Nesse período não se fala contudo em Teatro de Grupo - de um lado porque os críticos e historiadores não creditam ao fenômeno importância histórica capaz de merecer um conceito, de outro lado porque os próprios grupos, recusando rótulos, evitam qualquer tipo de inserção histórica.
Em 1991, acontece em Ribeirão Preto o 1º Encontro Brasileiro de Teatro de Grupo que, reunindo 15 grupos, procura detectar denominadores comuns entre os participantes e esclarecer as características desta modalidade teatral. Entre os presentes estão Grupo Galpão, Minas Gerais; Parlapatões, Patifes & Paspalhões, São Paulo; Teatro de Anônimo, Rio de Janeiro; Ói Nóis Aqui Traveiz, Rio Grande do Sul; e Imbuaça, Sergipe. O Movimento Brasileiro de Teatro de Grupo, fundado na ocasião, produz a revista Máscara, com três edições, e encontros, com espetáculos e mostras de trabalho abertos ao público. Com proposta e contexto bem diversos daqueles que os mobilizaram trinta anos atrás, os grupos estão formando um mercado fora das salas de espetáculo dos grandes centros.
Conheça um pouco do Grupo Galpão:
Conheça um pouco do Grupo Galpão:
Fonte: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo69/teatro-de-grupo
Nenhum comentário:
Postar um comentário